Time lapse: o que é?
23 fev, 2021
No processo de fertilização in vitro, o embriologista após realizar a fertilização do óvulo pelo espermatozoide coloca esse embrião recém formado em uma incubadora que nada mais é do que uma espécie de estufa que possibilita condições ambientais (temperatura, umidade e CO2) muito semelhantes ao do aparelho reprodutor feminino para que eles aí possam se desenvolver.
Nessas incubadoras tradicionais o embriologista precisa retirar o embrião e levar ao microscópio externo sempre que se faz necessária uma avaliação durante seu desenvolvimento, assim, essa análise de como está o embrião corresponde ao exato momento da observação o que resulta em uma grande variabilidade e subjetividade do mesmo embrião entre os laboratórios de acordo com quem classifica e o momento feito.
Nos últimos tempos muito tem se escutado falar em incubadoras com sistema time lapse, mas afinal, o que é isso? É uma recente tecnologia para seleção de embriões que nada mais é do que um sistema de monitoramento contínuo por vídeo que permite observar o desenvolvimento embrionário em tempo real sem retirá-los da incubadora para o ambiente externo. Tem associado programas de computadores que permitiria avaliar e selecionar o embrião que teoricamente teria maior potencial de implantação.
Muitos estudos mostram resultados bem animadores para o cultivo tendo como vantagens menos danos ao embrião pois ele estará por todo o tempo em um ambiente bem equilibrado e controlado não sendo exposto ao estresse que a sua retirada das incubadoras podem causar durante as manipulações para análises, a melhora nessas condições de cultivo traz comprovadamente muitos benefícios para a qualidade embrionária.
No entanto, por ter ainda um custo muito elevado e poucas opções disponíveis no mercado brasileiro, o acesso a essa tecnologia ainda é limitado no Brasil e maioria dos laboratórios de reprodução assistida continuam utilizando a seleção embrionária baseada nas características morfológicas por meio da observação estática em microscopia convencional.
Texto escrito por Darlete Matos
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