Coleta alternativa de espermatozóides
07 out, 2024
Para avaliar a função reprodutiva masculina, um dos principais exames é a análise seminal. Este exame orienta o médico assistente na conduta a ser seguida para cada caso.
Ao observar as normalidades ou alterações presentes no ejaculado, como; volume, cor, odor, viscosidade, dosagens de compostos seminais, concentração, motilidade, vitalidade e morfologia espermáticas. Todos os parâmetros devem ser avaliados. Para a realização dos procedimentos de Reprodução humana, o parceiro precisa realizar a coleta seminal, seja para exames diagnósticos ou para a realização do tratamento propriamente dito.
A forma usual para recuperação de espermatozóides é por meio de masturbação. Onde o paciente, pode colher a amostra seminal na clínica em ambiente apropriado ou em casa, sobre instruções dos profissionais do Centro que irá realizar o exame.
No laboratório essa amostra será analisada, seja para obter resultados de exame para um diagnóstico ou para a realização do procedimento médico previamente estabelecido. No entanto, em alguns casos, a coleta seminal por masturbação pode ser inviabilizada por questões específicas do paciente, sendo indicada uma forma alternativa para cada caso.
Paciente que tem o diagnóstico de ejaculação retrógrada, podem se beneficiar da coleta dos espermatozóides através da urina.
EJACULAÇÃO RETROGRADA – Devido a uma falha no processo de ejaculação, o sêmen pode ser desviado para a bexiga, logo a idéia é recuperar os espermatozóides que foram para a bexiga podendo ser utilizados para o tratamento a que seja destinado. Nestes casos, o paciente deve realizar o procedimento de coleta seminal também por masturbação, no entanto, após o orgasmo, o paciente irá coletar a urina num recipiente e este material analisado para a confirmação ou não da presença dos espermatozóides.
PESA – ASPIRAÇÃO PERCUTÂNEA DE ESPERMATOZÓIDES DO EPIDÍDIMO – pacientes com diagnóstico de azoospermia obstrutiva ou não obstrutiva sem nenhum outro relato clínico, pode ser submetido a uma técnica PESA. Neste caso, o procedimento pode ser realizado no centro cirúrgico sob orientação de um urologista. Este, com o auxílio de uma agulha fina (scalp 25G) é aspirado amostra de líquido seminal diretamente do epidídimo. Esta alíquota deve ser analisada em microscópio invertido para a confirmação se há presença de células espermáticas.
TESE – EXTRAÇÃO TESTICULAR DE ESPERMATOZÓIDES – Nesta técnica, é realizada uma pequena incisão na pele escrotal até alcançar a túnica albugínea (tecido que cobre o testículo). Em seguida, uma pequena incisão é feita na túnica e o tecido testicular é exposto. Um pequeno fragmento é retirado para análise em microscopia invertida para confirmar a presença ou não de espermatozóides.
MicroTESE – MICRODISSECÇÃO TESTICULAR, já nesta técnica, o procedimento é bastante semelhante ao da TESE, no entanto o tecido testicular é visualizado por microscopia para identificação dos canalículos com chance de conterem os espermatozoides.
Para todas as alternativas devem ser sempre levadas em consideração a empatia e o esclarecimento para o casal, uma vez que cada um deles apresenta histórico ou já com desfecho ruim ou ainda sendo surpreendidos com um diagnóstico inesperado (ausência de espermatozóides no ejaculado). Desta forma, a conduta e escolha de como obter espermatozóides de forma alternativa venha dar uma esperança a cada casal.
Danielle Araújo
Embriologista