Nem todos os óvulos coletados são usados

24 ago, 2022

Um dos principais objetivos da estimulação da ovulação é propiciar uma maior produção de óvulos maduros que possam ser fecundados por meio da fertilização in vitro. Naturalmente, a mulher desenvolve um único folículo por mês, mas no processo da reprodução assistida com o uso de medicamentos conseguimos recrutar mais de um óvulo no mesmo ciclo.

Durante o período chamado de estimulação ovariana, a paciente faz uso de medicamentos por um período de 8 a 12 dias e o médico acompanha com ultrassom até que estes alcancem um tamanho ideal para que possa ser marcada a coleta desses folículos. É nesse momento que a equipe do laboratório consegue avaliar a presença e o grau de maturidade dos óvulos em cada um desses folículos aspirados.

O que podemos encontrar:

  • Óvulo MII: o chamado óvulo maduro, aquele que esperamos encontrar para podermos injetar/inseminar.
  • Óvulo MI: esse óvulo não está pronto para trabalharmos, precisaria de mais algumas horas para amadurecer, o que pode acontecer no laboratório mesmo e daí ainda conseguiremos trabalhar com ele, mas devemos lembrar que alguns bloqueiam nessa fase não nos permitindo utilizá-los
  • Óvulo VG: aqueles com presença da vesícula germinativa, seria uma fase ainda muito imatura, precisariam ainda de muito tempo para amadurecerem, o que os tornam inviáveis para manipulação.

É esse grau de maturidade que nos ajuda a começarmos a entender o famoso FUNIL DA FERTTILIDADE, onde nem todo folículo tem óvulo, nem todo óvulo  pode ser maduro, ou seja viável para injetarmos e isso é perfeitamente esperado e dentro do previsto, pois a taxa de maturidade, número de óvulos MII encontrados entre os aspirados gira em torno de 75 a 80%.