Vamos falar sobre inseminação caseira?

15 set, 2022

 

Temos visto nas mídias que as inseminações caseiras estão ganhando território, e isso é preocupante porque a inseminação caseira traz diversos riscos para a paciente.

 

Quando o tratamento de inseminação é feito em uma clínica de reprodução assistida, que oferece toda a estrutura para isso, sabemos a procedência do sêmen utilizado. O sêmen é adquirido em um banco de sêmen que faz toda a triagem do paciente para sorologias e qualidade seminal, bem como pode ser proveniente do próprio parceiro, porém também com todas as sorologias necessárias realizadas. Adicionalmente, o processamento seminal é realizado por profissionais qualificados.

 

Além disso, na clínica o procedimento é realizado por médico especialista, guiado por imagem de ultrassom para inserção correta do cateter.

 

Quando a paciente decide fazer a inseminação por conta própria, em casa, ela perde os  respaldos jurídicos e a segurança de ter um profissional capacitado auxiliando no tratamento. Na inseminação caseira, a paciente pode se contaminar e se machucar – pois o sêmen não foi testado para as devidas sorologias e ela não consegue ter uma visão da inserção do cateter ou da seringa, essa última utilizada na maioria dos casos. O perigo ainda pode aumentar caso ela se machuque fazendo a inseminação, pois machucados abrem portas de entrada diretas para infecções.

 

Além disso, a inseminação caseira também pode trazer riscos legais de briga por custódia, já que a paternidade da criança pode ser questionada e requisitada pelo doador do material seminal, o que não ocorre quando realizada com semên proveniente de bancos.

 

Diante desse cenário, a Pronúcleo, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida e a CrioBrasil, reforçam a importância da conscientização dos riscos, entre os profissionais e as pacientes, com o intuito de que a prática de inseminação caseira deixe de ser praticada.