O Novo Espermograma
15 jun, 2022
A nova edição do Manual da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicada em 2021 trouxe algumas alterações importantes no modo de realização e também na avaliação do espermograma.
O espermograma é um dos exames mais importantes na investigação do fator masculino, porém ele não pode ser considerado um exame de avaliação do potencial fértil do homem, o espermograma nos mostra como está a produção dos espermatozoides.
As alterações propostas pela 6ª edição do manual da OMS para avaliação do ejaculado foram:
- Aferir o volume do ejaculado através do peso do frasco coletor
A medição do volume deve ser realizada através do uso de uma balança analítica, o frasco deve ser pesado vazio, antes da coleta e após o ejaculado, a diferença entre os pesos deve ser calculada e o volume expresso em mililitros, para isso deve-se considerar que 1,0gr é igual a 1,0mL.
Essa alteração foi importante para conseguirmos medir com precisão os volumes, visto que quando utilizamos uma seringa, ou uma pipeta, seja ela pasteur ou sorológica, pequenos volumes ainda podem ficar no frasco coletor. O fato de não termos com precisão o volume total do ejaculado pode interferir no resultado da concentração total de espermatozoides no ejaculado que é uma conta realizada ente a concentração de espermatozoides por ml e o volume, esse impacto pode ser maior quando temos amostras com volumes muito baixos e com a viscosidade muito aumentada.
- Classificação da motilidade espermática conforme a velocidade do seu deslocamento
A nova classificação da motilidade deve ser feita com base na velocidade em que os espermatozoides se movem, dessa forma temos 4 categorias:
- Espermatozoides móveis progressivos rápidos: apresentam uma velocidade de deslocamento de ≥ 25,0 μm / s
- Espermatozoides progressivos lentos: apresentam uma velocidade de deslocamento entre 5,0 a < 25,0 µm / s
- Espermatozoides móveis não progressivos: apresentam motilidade, porém não saem do lugar
- Espermatozoides imóveis: não apresentam motilidade
Essa classificação foi muito importante para conseguimos distinguir os espermatozoides que possuem maior chance de encontrar com o óvulo em uma gestação natural ou em uma inseminação intrauterina pelo fato de serem rápidos.
Na 5ª edição do manual da OMS qualquer espermatozoide que apresentasse algum movimento progressivo já era classificado como móvel progressivo, porém em muitos casos esse deslocamento era feito de forma muito vagarosa, o que poderia de certa forma mascarar o resultado da motilidade e atrapalhar o médico em sua conduta.
A maior alteração trazida pela 6º edição do manual da OMS está na forma de avaliar os resultados obtidos no espermograma, pois não há mais os valores de referência para os parâmetros avaliados, o manual preconiza que o médico deve avaliar cada paciente de forma individual.
O manual traz uma tabela (abaixo) onde são discriminados os percentis avaliados para a elaboração do manual e que cabe ao médico dizer onde esse paciente se encontra com base nos estudos realizados.
Com essa alteração as antigas classificações clássicas de: oligozoospermia, astenozoospermia, necrozoospermia e teratooospermia deixam de existir e cada paciente terá a sua própria avaliação.
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