Os desafios de ser embriologista

26 set, 2023

A reprodução humana assistida é uma área da medicina que exige multidisciplinaridade: médicos, embriologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e outras esferas devem trabalhar em sincronia para ter efeito positivo ao objetivo de entregar um bebê saudável em menor tempo de alcance da gestação.

O Embriologista atua na área de apoio técnico aos tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV) e suas atribuições abrangem as competências pré, intra e pós-laboratorial. Carrega um estereótipo imponente de quem trabalha em pró de novas vidas, uma carreira nobre e elitizada. Podemos dizer que a profissão foi valorizada a partir do nascimento da Louise Brown, em 25 de julho de 1978 e que aliás, adotamos como nossa data comemorativa.

Sendo uma profissão jovem e complexa exige bom desempenho para relacionamentos em grupo e qualificação especializada.

HABILITAÇÃO PROFISSIONAL: A profissão Embriologista ainda não é reconhecida pelos órgãos competentes, portanto, não há teto salarial e outros direitos relacionados a esta questão. Por este motivo qualquer profissional dentro das exigências regulatórias do seu conselho de classe pode atuar nesta especialidade. Esta fragilidade é corrigida por um mercado de trabalho altamente exigente com um rol de atividades sem estrutura definida.

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: No mercado contemporâneo desenvolver hard e soft skills é mandatório.

Hard skills são as competências profissionais: ética, habilitação junto ao conselho de sua classe e habilidades técnicas-operacionais, línguas, especializações, títulos, áreas de atuação etc.

Soft skills são as competências emocionais, a inteligência emocional: compromisso, comprometimento, iniciativa, mindset positivo, empatia, resiliência, objetividade etc.

MERCADO DE TRABALHO: No Brasil são quase 190 centros de reprodução humana assistida que se reportam a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Um número aparentemente desproporcional ao número de profissionais que estão cada vez mais especializados e na busca pela primeira oportunidade de um vínculo empregatício. O número limitado de vagas fica restrito a rigorosa descrição do perfil de vagas. Porém a reprodução humana não se limita ao laboratório podemos planejar atuar em outras atividades:

ÁREAS DE ATUAÇÃO: 1) TÉCNICA: Laboratório de FIV e Laboratório de Andrologia; 2) BANCO DE SÊMEN; 3) BANCO DE OVÓCITOS; 4) ASSESSORIA: técnica, científica, empresarial; 5) ADMINISTRATIVA: direção, gestão, coordenação; 6) GESTÃO DA QUALIDADE; 7) JORNADA DA PACIENTE; 8) TREINAMENTO PROFISSIONAL: preceptoria, atualização profissional, capacitação profissional; 9) ACADÊMICA: professor, orientador; 10) COORDENAÇÃO EDUCACIONAL: pesquisa e produção científica, produção científica, autor, editor, redator, avaliador, revisor.

HIERARQUIZAÇÃO DE UM LABORATÓRIO: Os níveis hierárquicos verticais são estabelecidos de acordo com a política de recursos humanos de cada empregador que geralmente são por tempo de serviço e hard skills. Algumas sociedades profissionais descrevem sugestões de hierarquização contribuindo para estruturação: estagiário, trainee, auxiliar de laboratório, técnico de laboratório, embriologista júnior, pleno e sênior.

 

Os desafios de ser embriologista são numerosos como qualquer profissão jovem, específica e mercado restrito. Se manter qualificado e ativo no mercado exige muito equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional agarrados em determinação e resiliência. Ter um propósito definido auxilia a guiar a carreira profissional ao sucesso.

 

@chrismorishima

Biomédica, Embriologista sênior, Coordenadora educacional, Assessoria e Especialista em reprodução humana e equina

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