Rebiopsia, vale a pena?

15 set, 2022

Começo esse texto com uma outra pergunta:

O número crescente de biopsias, vale a pena?

Hoje a quantidade de biopsias, inclusive em pacientes sem indicação alguma para esse procedimento, tem crescido exponencialmente. Não entrarei no mérito dos motivos…

Sendo assim, o número de rebiopsias também tem crescido, seja por uma falha de detecção de DNA, seja por uma necessidade de confirmação do resultado apresentado pelo laboratório de genética.

Na primeira opção onde o DNA não foi detectado, acredito numa rebiopsia, pois é preciso estabelecer o resultado genético para aquele embrião.

Mas, e quando o resultado estabelecido não agrada ao médico ou paciente. Como aquele blastocisto 5AA com score de 9.5 vem com uma aneuploidia complexa?

Na vivência laboratorial, alguns casos de rebiopsia em embriões de boa qualidade morfológica, com algum tipo de mosaicismo ou mesmo aneuploidias simples, voltaram como embriões euplóides.

Numa consulta de reavaliação, como indicar uma rebiopsia sem que o paciente questione a eficácia do procedimento? Ponha-se no lugar deles, você não pensaria nisso?

Muitas dúvidas serão estabelecidas a partir dessa indicação e temos que estar preparados para os mais diversos questionamentos. Não apenas se embasar naquele “1% vagabundo” que vem em todo laudo para erros nos resultados.

Perguntando à colegas embriologistas e médicos, as opiniões são diversas, não existe um consenso sobre o tema. Contudo, acredito sim numa rebiopsia em embriões específicos e resultados questionáveis para alterações genéticas onde doenças preestabelecidas não são vinculadas.

Sempre lembrando que esse procedimento não é simples, não é qualquer embriologista apto a realizá-lo. O estresse passado pelo embrião é enorme e o laboratório tem que estar ciente de suas limitações em todas as etapas, da primeira biopsia até o último descongelamento para transferência.

E você, qual sua opinião sobre o assunto e os questionamentos levantados no texto?

 

 

 

 

Currículo:

Thiago Placido

Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Especialista em Reprodução Humana Assistida pela Faculdade de Medicina de Jundiaí em parceria com a Associação Instituto Sapientiae.

Embriologista Sênior na Huntington Medicina Reprodutiva, Eugin Group.

 

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