Nossa história

Como surgiu a Pronúcleo – Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva

Por Raquel Alvarenga

Foi em 1998 que inicialmente surgiu a idéia de se constituir uma sociedade independente de embriologistas. No III Taller da Rede Latinoamericana de Reproduccion Assistida, em Cartagena (Colômbia), os embriologistas presentes decidiram iniciar efetivamente a organização. O comitê organizador do “Grupo Brasileiro de Embriologia Clínica” foi inicialmente composto por: Iris de Oliveira Cabral (DF), Maria Cecília Cardoso (RJ), Patrícia Diniz (RJ) e Raquel Leite Soares Alvarenga (MG).

Numa época anterior às redes sociais, foi com dificuldade que conseguimos localizar a maioria dos embriologistas na ativa no país.

A partir deste contato inicial, conseguimos reunir, durante o Taller da Redlara no Brasil (Costão do Santinho, em Florianópolis), em março do ano 2000, a maioria dos embriologistas do Brasil, e constituir o Pronúcleo – Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva.

Contamos com a ajuda da advogada Juliane Fernandes Queiroz (PUC-MG) e com a bióloga Ana Paula Pacheco Clemente (Navega-ação), para todo o processo de constituição legal da sociedade.

A associação sem fins lucrativos tem como finalidade zelar pelo avanço da ciência da embriologia e pelos profissionais que a exercem, através da organização de conferências, seminários, congressos, estágios, treinamentos e outros eventos educacionais; publicar periódicos, livros, noticiários, artigos, reportagens, assessorar e oferecer consultoria à pratica da embriologia clínica; escolher e constituir grupos de atuação e comitês, estabelecer e manter um código de prática ética de embriologia clínica no Brasil, assessorar a montagem e o funcionamento de laboratórios, cooperar e apoiar outros grupos, associações e instituições movidos por objetivos comuns neste e em outros países.

Em 2004 o Pronúcleo alcança um importante marco na embriologia do Brasil, com a realização do I Consenso Brasileiro de Embriologia em Medicina Reprodutiva. Sob a coordenação da então diretora Roberta Wonchockier, o encontro foi realizado em abril de 2004, em São Paulo. Os temas em questão foram discutidos em um período de aproximadamente 12 horas de trabalho, e muitas outras via internet. Durante a reunião houve um amplo debate entre os especialistas quanto à padronização de técnicas, nomenclaturas, infra-estrutura, inovações, etc.. O resultado foi a primeira publicação do Pronúcleo, que serviu como norteador das regulamentações atuais da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e também do relatório nacional de Produção de Embriões, o Sisembrio; além de referência para todos os laboratórios de Reprodução (BCTGs) do país.

De sua fundação até hoje, a sociedade vem cumprindo os objetivos iniciais, através de sessões nos principais congressos das sociedades parceiras, a SBRH, SBRA e RedLara, seminários através do site (Webinars), e mais recentemente através dos encontros regionais.

A publicação e lançamento do livro texto “Reprodução Assistida – Técnicas de Laboratório”, em agosto de 2017, sob a coordenação do Diretor Ricardo Azambuja, projeta nacionalmente a sociedade não só dentro da área, mas também dentro das instituições acadêmicas, uma vez que o livro é o primeiro na língua portuguesa a discorrer de forma tão completa e atual sobre o tema técnicas em Reprodução assistida. Esperamos que a sociedade se mantenha e cresça cada vez mais, congregando novos embriologistas, e que estes possam reconhecer todo o esforço feito pelas primeiras diretorias no intuito de valorizar cada vez mais a profissão, e juntos lutar por ela.