Nasce bebê de embrião criopreservado por 27 anos

16 dez, 2020

O congelamento de embriões é um dos procedimentos abrangidos pela Reprodução Humana Assistida e surgiu para preservar embriões excedentes de tratamentos de fertilização in vitro.

Atualmente, este procedimento é realizado através da técnica de vitrificação, que é um congelamento ultrarrápido com altas taxas de resfriamento (15.000 a 30.000ºC/min) e com altas concentrações de crioprotetores (agentes de proteção das células durante o congelamento), implicando na solidificação de uma solução em estado vítreo, impedindo a formação de cristais de gelo e promovendo a vitrificação da amostra. Esta técnica surgiu pela busca na melhoria dos resultados na criopreservação embrionária que era feita anteriormente através do congelamento lento.

O congelamento lento é uma técnica que utiliza baixas concentrações de crioprotetores juntamente com a redução lenta e gradativa da temperatura (de 0,5 a 2ºC/min), promovendo uma desidratação progressiva das células. Essa baixa taxa de resfriamento propicia a formação de cristais de gelo que são extremamente prejudiciais para os embriões, diminuindo muito as chances de gestação, porém não há evidências que pode levar a quaisquer “defeitos ou deficiências” em futuros filhos.

Tanto na vitrificação quanto no congelamento lento, não se sabe o período máximo que os embriões podem permanecer congelados sem prejuízos para as células. O nascimento de bebê proveniente de embrião que permaneceu por mais tempo congelado foi noticiado esse ano! O embrião gerado por outro casal foi descongelado e transferido para um casal do Tennessee (EUA) em 10 de fevereiro de 2020 e nasceu saudável a pequena Molly Everette Gibson em 26 de outubro de 2020.

Molly bateu o recorde de sua irmã genética Emma que nasceu em 2017 após seu embrião permanecer congelado por 24 anos e ser transferido para o mesmo casal que gestou Molly. Os embriões de Molly e Emma foram congelados juntos em outubro de 1992. A embriologista Carol Sommerfelt, que descongelou o embrião de Molly, disse “Quando Tina e Ben voltaram para fazer a transferência, fiquei emocionada que os dois embriões restantes do doador que resultou no nascimento de Emma sobreviveram ao degelo e se desenvolveram em dois embriões de boa qualidade para a transferência”.

Os embriões de Emma e Molly foram doados pelos seus progenitores biológicos para o National Embryo Donation Center (NEDC), uma organização sem fins lucrativos cristã em Knoxville, no Estado do Tennessee (EUA), que armazena embriões congelados de pacientes de fertilização in vitro decidiram não usar e optaram por doar. Ciência, tecnologia e altruísmo a favor da vida!

 

por Sabrina M. R. J. Costa

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